2008-08-20

Desgarrada 21 (o regresso?)

Vozes. Movimentos.
Risos. Pancadas.
- Acorda, pá!
Acordou. Olhou em volta.
- O que foi? – Balbuciou, estremunhado.
- Epá, o marmelo foi com a ruiva para a casa de banho e tu adormeces. Eu para aqui a palrar sozinho...
A visão do belo (ou talvez não) adormecido (ou talvez não) estava turva e ainda misturava imagens soltas de uma peça de teatro, ruas movimentadas e enfermeiras esfomeadas.
- Tenho que deixar de beber.
- O quê? – Respondeu-lhe o despertador.
- Nada... – E virou-se para o empregado. - Outra imperial!
Não percebia nada daquilo. Umas vezes adormecia e sonhava sobre coisas absurdas, outras vezes estava acordado e sonhava sobre coisas absurdas. Já não percebia nada daquilo. Já não conseguia, por vezes, discernir quando é que o que via era real.
Por fim, o empregado colocou uma bebida na mesa, à sua frente. Pegou no copo e engoliu a desejada mistela.
Virou-se para o companheiro do lado, que o despertara há pouco.
E então, mais uma vez, deparou-se com um cenário absurdo.

1 Comments:

Blogger Meriel said...

Um ano! Parece que passou uma semana. Aqui também existem objectivos. E se encarares a coisa como um desafio?

4:17 da tarde  

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