2007-08-24

Desgarrada 14 (cabinda é uma bela cidade)

A meio de uma frase e sem que nada o fizesse prever ele beijara-me. Senti-me a explodir. Nem um olhar insinuante, nem um toque de mão, nem um roçar de lábios na face, nada. Completamente inesperado surgira aquele beijo profundo e íntimo. A boca e a língua dele tomaram-me de assalto com uma confiança lasciva. A surpresa ampliou o prazer daquela invasão. Ultrapassado o choque inicial correspondi explorando a sua boca com o mesmo frémito. As nossas mãos ganharam vida própria e dedicavam-se a explorações que algo muito ao longe me tentava dizer não serem próprias para o local onde nos encontrávamos. Mas eu já estava para além de qualquer capacidade de processamento de informação.
Não sei quanto tempo passou. Perdi a noção de tudo excepto dele. Apartámo-nos tentando recuperar o fôlego e trocámos um olhar de profunda fome animal. Senti que precisava refrescar qualquer coisa. Provavelmente era a cabeça!
- Vou ao W.
Vi então que interrompera os nossos companheiros de mesa. Não reparara antes, como é natural, mas também eles estavam estusiasticamente a beijar-se. Abanei a cabeça de incredulidade. Aquele restaurante devia utilizar ingredientes muito exóticos.
Dirigi-me à casa de banho, ainda com as pernas trémulas e sentindo-me muito quente e húmida. Para ser sincera, a escaldar e completamente alagada.
Abri a porta e deparei-me com a ruiva espampanante a abocanhar sofregamente o membro de um matulão que gemia de olhos fechados. Eles nem se aperceberam que eu estava à porta. Não sei explicar porquê... acho… mas deixei-me ficar ali a vê-los.