2007-08-23

Desgarrada 11 (avareza)

Ao ver a ruiva afastar-se, decidi levantar-me e segui-la. Os meus companheiros ainda emitiram algumas expressões de protesto:
- Onde vais?! Deixa a miúda!
- Volta aqui, a gaja não vale a pena!
Mas valia. E valia bem! Ela voltou a sentar-se na mesa do canto, no mesmo lugar que ocupara antes. Aproximei-me e, enquanto retirava um isqueiro do bolso das calças, disse-lhe delicadamente:
- Pediste lume...
Ela olhou-me de alto a baixo e, após uns instantes, atirou:
- Não é isso que eu quero que tires de dentro das calças.
Fitámo-nos durante breves instantes. Então, dirigi-me para as casas de banho. Ouvi-a mover a cadeira, e depois também os passos dela enquanto me seguia. Era mesmo ali, no restaurante, que ia acontecer. Um ímpeto do momento. E ela seria só para mim, só minha! Minha, minha, minha, minha, minha, minha, minha, minha, minha, minha! (Pronto, já chega, creio que já se percebeu que tinha que relacionar isto com o título...) Entrámos na mesma casa de banho e trancámos a porta. Os meus companheiros que esperassem!
De qualquer modo um deles ainda se ia demorar com a torta de morango.