2006-01-12

De ninguém

Morreu alguém.
Era importante para mim?
Sinto-lhe a falta, devia ser, que estupidez, eu sei que as pessoas morrem.
Toda a gente vai morrer, vou ficar sozinho, morrer sozinho, eu sei disto.
Ninguém cá fica, as pessoas afastam-se em vida e é na morte que se unem.
Não via alguém há uns anos e no entanto, agora que sei que morreu e nunca mais o vejo, sinto-lhe a falta.
Não o choro, só o sinto, sinto o vazio e a perda.
Mas eu sei que ninguém vive para sempre.
Eu sei que alguém vai deixar sempre alguém.
E faz-me falta.
Na ausência de alguém vejo a minha ausência e acho que então vou ser alguém também.


Ragnav

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pois é.
Como sabem é meu apanágio escrever cenas parvas que ninguém percebe.
Mas desta vez, transcendi-me, nem eu percebo isto.
Muito fixe.

Rag

5:06 da tarde  
Blogger Meriel said...

Só não percebi quem morreu.
Fui eu? Foste tu? Foi a alface?
:b :)))

5:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Foi a alface...

5:46 da tarde  
Blogger José Pires F. said...

Pois eu acho que percebi muito bem. São momentos, felizmente de passagem que nos dão para pensar estas coisas.
Talvez por isso, devamos dar mais importância aos e enquanto cá estão.

10:18 da tarde  
Blogger José Pires F. said...

Pois eu acho que percebi muito bem. São momentos, felizmente de passagem que nos dão para pensar estas coisas.
Talvez por isso, devamos dar mais importância aos e enquanto cá estão.

10:19 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ora bem.
Por acaso estava a pensar num velho num lar sem ninguém onde não conhece ninguém, mas sabe que Alguém morreu, alguém um anónimo.


Obrigado pelos comentarios.

Ragnav

5:16 da tarde  

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