2005-07-05

#5 hotel

Ensaiei imediatamente uma cena de sexo vibrante sobre os lençóis roçados, eu e ela enrolados em infinitos espasmos de prazer. Varri a imagem da minha mente que se contorcia face ao corpo inquisidor curvado e desnudado… por momentos fiquei sem saber que fazer, o que não era normal… encostei a porta até ouvir o click distinto da fechadura, “Que faz aqui? Saia!”. Obviamente a minha última acção indicava que tencionava ficar. Os olhos dela arregalaram-se, inclinou-se para o telefone, eu apressei-me a antecedê-la e arranquei-o da parede. Ela ficou pasmada e contorceu-se de pânico, levantou-se e virou-me as costas, correu para a porta, o meu braço circundou-lhe a cintura nua e atirou-a para cima da cama… tinha que despachar aquilo. De pé, à frente da porta, enquanto ela se encolhia a um canto da cama e ponderava todas as escapatórias possíveis, eu meti a mão no bolso interior da gabardina, eu adivinhava o seu cérebro a trabalhar “O que está aqui a fazer?” perguntou-me ela já num acto desesperado, “Eu vou gritar, estas paredes finas não o deixarão passar despercebido!... Responda-me pelo menos!”, a voz dela começava a esganiçar-se, como o lamento último de uma alma perdida, o seu fim parecia-lhe aproximar-se a uma velocidade única até que ao ver o que eu tinha na mão começou a soluçar “… não… deixe-me viver! Eu não fiz mal a ninguém! O que foi que lhe fiz?... Eu não tenho nada consigo! Que prazer cruel é esse?”. Abri a navalha de barbeiro, o meu instrumento predilecto, dei um passo em direcção à cama e fui abruptamente parado por três pancadas na minha retaguarda, o som da madeira vibrou e seguidamente uma voz; “Serviço de quartos.”.

3 Comments:

Blogger Nocturno said...

...a parte do sangue vem a seguir! ;)

10:57 da tarde  
Blogger Meriel said...

Então e depois????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????

12:58 da manhã  
Blogger Syn said...

já se vê!

1:13 da manhã  

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