2005-06-30

Encruzilhada


Os ramos das árvores balançavam suavemente ao sabor do vento, e eu escutava a sua voz. O cantar era doce, calmo e tão bonito que eu não podia compará-lo a nenhum outro que ouvira antes. Foi ao chegar perto da encruzilhada que a vi; estava no cimo da colina, com a lua cheia a brilhar por trás e o longo vestido branco a obedecer ao ondular do vento.
Continuava a cantar à medida que eu me aproximava da bifurcação. Para trás ficava já a densa floresta que eu tinha atravessado e os seus caminhos escuros, a partir dos quais nem uma estrela tinha conseguido vislumbrar.
A colina encontrava-se à minha frente e o meu caminho dividia-se em dois mais pequenos, um deles continuava para a esquerda e o outro para a direita. Ela parou de cantar quando cheguei à encruzilhada, embora aquela melodia ainda parecesse ecoar à minha volta durante mais alguns instantes.
Uma voz cristalina e bela soou, fazendo esquecer o frio:
- Recuai viajante, se o vosso coração ainda se encontra indeciso e dele não sai ânimo para vos aventurardes pelos maiores perigos conhecidos e desconhecidos das gentes de Fera; ou escolhei um dos caminhos que entram na outrora gloriosa cidade de Numa e dessa forma morrereis, pois nenhum aventureiro saiu até hoje com vida da demanda pelos seus tesouros.
Para além de bela, a voz era firme.
- Escolho o perigo, mas preciso saber que direcção tomar.
- Nesse caso – disse a guardiã – desejo que a vossa morte não seja muito dolorosa. Para a esquerda ireis encontrar o rio Sereno, que banha Numa e acompanha o caminho para a fortaleza onde se encontra guardada, por numerosas criaturas, a Grande Coroa, a mesma que outrora foi usada pelos majestosos soberanos de Fera, e outros grandes tesouros. Para a direita encontra-se a Colina Negra, de onde se avista Numa. Nela reside um poderoso necromante, cujo nome ninguém pronuncia e de cuja face ninguém se recorda, pois ninguém a viu e viveu para a poder descrever.
- Agradeço as palavras. Que a paz seja convosco.
Fiz o gesto habitual de cumprimento em Fera, inclinando a cabeça e tocando no peito e na testa com a ponta dos dedos indicador e médio unidos.
- Que ela te acompanhe, viajante.
Virei-me para o caminho que seguia para a direita e dei alguns passos.
- Viajante!
Parei, e voltei-me novamente para a guardiã.
- Podeis dizer-me porque ides para esse lado e não de encontro aos fartos tesouros de Numa, como a maioria daqueles que já por aqui passaram?
- O único tesouro que desejo apenas poderá ser encontrado por aqui.
Voltei-me e reiniciei a caminhada. Após ter dado mais alguns passos voltei a ouvir o canto da bela voz, cuja letra fazia referência aos viajantes que se tinham aventurado a Numa após a Invasão dos Mortos e de onde nunca regressaram. A partir dali já me encontrava bem fora da floresta. O caminho que eu escolhera atravessava uma planície que fazia fronteira com o Vale de Fogo a sudeste e numerosas colinas a noroeste. O Vale de Fogo era uma extensa região de precipícios que isolava toda a região a este.
Após algumas horas o caminho passou a ser a subir. A manhã estava perto e com ela o destino da minha viagem.

foto tirada na Damaia, Lisboa

3 Comments:

Blogger Meriel said...

Então a foto???
Então e o resto da história?
Fiquei em pulgas pra saber o resto.
Tavas aí e nem um mailesito? :(

1:17 da manhã  
Blogger Syn said...

a foto é nice ;)

e vê lá se postas o resto e páras com as fitas, já agora, não jogues tanto NWN! ;)

aprende a jogar magic! =P

8:17 da tarde  
Blogger Nocturno said...

não há resto :)

só escrevi isto, há algum tempo atrás. e sou muito preguiçoso, tenho dois livros a meio... :(

a jogar magic então, é que não me safava... estou em poupanças!!!

10:32 da manhã  

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