2005-06-30

#1 hotel

Nuvens escuras no céu de fim de tarde, por baixo do telheiro vejo-as aproximarem-se, compactuam comigo, mas não são tão negras… no horizonte deitam-se os tascos do costume, velhos e decadentes, cujas tábuas de madeira semi-seguras por pregos ferrugentos caem de podres e servem de alimento aos bichos xilófagos, os hospedeiros da madeira mal tratada. Mais afastado à direita estava um grupo de edifícios de habitação em tijolo, desenhados a arte mural, fortes contraste dos brancos apagados pelo cinza ambiental e os verdes mortos onde alguns tijolos ainda sobre saem dos outros, estavam ainda por pintar. À esquerda, o local mais movimentado da minha paisagem, fiquei a observar o movimento dos carros que se aproximavam para largar passageiros, enquanto absorvia o meu cigarro meio apagado, cada bafo levava-lhe meio cm do comprimento, era o seu fraco incandescer que me fascinava e depois expelia o fumo que se enrolava lascivo à volta dos meus cabelos desalinhados ao sabor da brisa.

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