Diários de uma ex-obsessiva-compulsiva apaixonada I
Não é fácil viver com quem pensa que dois milímetros são a diferença entre algo que está no sítio ou está desarrumado.
Não é fácil gostar de quem por dois segundos considera algo atempado ou atrasado.
Não é fácil amar alguém para quem dois nicos são a diferença entre certo e errado.
Mas mais difícil ainda é perder a vida a reparar em dois milímetros, em dois segundos, em dois nicos.
Mais grave ainda é maltratar quem se ama porque não se ajusta às grelhas que lhe impões.
Mais duro ainda é fugir do amor porque ele não é perfeito.
E tão dolorosa maleita terá cura?
Gostava de dizer que nem tudo está perdido. Mas na verdade antes da cura muito se perde. Perde-se a beleza do desalinho. Perde-se o deleite do desregrar. Perde-se a intensidade do amor que não se compraz com espaço e tempo pré-definidos.
Gastas meia vida sem obter cura ou curas-te num punhado de segundos amargos.
A morte de uma mãe é um erro tão grave que não há sítio correcto para acontecer, não há hora certa para decorrer, não há forma alguma de a corrigir.
Para sempre tudo ficará errado e a única maneira de sobreviver é descobrir que nem tudo tem um lugar, uma hora e uma razão.
E de repente passas a largar coisas onde calha, a chegar tarde porque sim, a fazer coisas sem um motivo.
E passas a perder coisas e horas e nicos.
Mas se ele voltar, que seja no sítio errado, à hora errada, com tudo errado, sabes que nunca mais perderás o amor!
2 Comments:
"Mais duro ainda é fugir do amor porque ele não é perfeito", frase bela e profunda! Ainda bem que regressaste! Estarei atento a mais publicações! E viva o amor!
Querido Lusios,
Na realidade o amor magoa e doi :(
E a solidão é fofa e confortável como um pijama do ano passado :b
Até Agosto
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