2005-07-06

#7 hotel

Comecei a sentir sangue escorrer-me na boca, e meu corpo indolente começava a despertar, em vez de proteger a face com as mãos suportei a dor dando a cara ao espancamento e levei as minhas mãos ao frágil pescoço de Daniela. Não estava correcto que ela me batesse… ali eu desempenhava os desígnios do senhor. Com as minhas mãos fazendo pressão no seu pescoço ela começou a desesperar, cravou-me as unhas na testa e arrancou-me carne, era a minha dor misturada com os gritos da outra. Daniela acabou por me acertar num ponto vulnerável assim que eu me virei para cima dela, ajoelhou-me maquiavelicamente, aquela dor não suportava, dobrei-me instintivamente sobre mim e caí como pedra no chão. A outra parou de gritar ao ver que Daniela tinha levado a melhor sobre mim, Daniela por sua vez recuperava o fôlego… e eu que estive a centímetros de lhe unir a traqueia irreparavelmente. Vi desfocadamente Daniela levantar-se e agarrar uma cadeira, a única que existia no quarto, comecei a arrastar-me na direcção oposta da minha atacante, não por medo mas porque era lá que estava a minha navalha. Assim que ela se encontrava em cima de mim virei-me de costas no chão, antes que me acertasse nas costas, senti uma dor aguda na omoplata e ouvi o som de madeira a partir, senti o som percorrer-me os ossos, mas não vacilei, levei a navalha ao calcanhar de Daniela e cortei-lhe o tendão, acto imediato ela caiu de joelhos no chão, antes que ela tivesse tempo de compreender o que se passava levantei-me e pus-lhe as mãos nos cabelos puxando-lhe a cabeça para trás e olhei para a outra que estava atrás de mim.

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