2005-07-21

Cinco minutos

Papel onde se rasgam os contornos de um beijo
Espelho do desejo, de uma alma, de um ensejo
De procurar, abrir o coração a novo fiel aliado
Para entender e suceder a um ancião desalentado
Objecto da minha deliciosa prisão, eterna e sã
Canta a minha pele, sedenta de resistência vã
Quem quer que me siga tem afecto, prazer e sabor
E corrompe, mutila e destrói o passado sem valor

6 Comments:

Blogger Syn said...

gosto da composiçao dos ultimos versos, mas nao acredito que o passado nao tenha valor, mais uma vez caiu nesta, o passado define-nos. no entanto é vcerdade que um novo amor apaga os dissabores amorosos passados.

6:28 da tarde  
Blogger Nocturno said...

o subconsciente tem que servir de alguma coisa, nem que seja de tapete para baixo do qual varremos a sujidade e fazemos reset. carregamos tudo connosco na mesma mas parecemos livres, e é a eterna busca da liberdade que define o homem, mesmo que esteja aprisionado eternamente pelo passado.

12:32 da tarde  
Blogger Syn said...

eu nao tou a negar a busca, nunca, acho que é o presente que se tem que viver, e eventualmente pôr os olhos um pouco adiante, mas no geral, nunca esquecer as origens, mesmo que com dissabores elas sao importantes.

3:08 da tarde  
Blogger Meriel said...

O poema é lindo, mas como já te disse:
olho para a frente e vejo o vazio, olho para trás e vejo recordações.

Mais vale viver no passado do que não viver de todo!

2:38 da manhã  
Blogger Nocturno said...

mais vale trabalhar para preencher o vazio do que cair nele olhando para trás.

viver no passado é aceitar uma vida artificial. é preferível lutar. quer se ganhe ou se perca, sempre existe um objectivo na vida.

11:39 da manhã  
Blogger Syn said...

viver o passado não é viver, é recordar, o passado já foi vivido. o importante é o presente e um pouco mais além, por muito incerto que seja! como vais encontrar gajo se vives nas recordaçoes do outro? é como se estivesses casada contigo mesma, e isso castra-te qualquer possibilidade.

2:14 da tarde  

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